O segundo aumento do ano no preço dos combustíveis, anunciado na última terça-feira (26) pela Petrobras, está movimentando grupos de caminhoneiros em aplicativos de troca de mensagens e intensificando a adesão a uma greve que já estava marcada para a próxima segunda-feira, dia 1° de fevereiro. Porém a categoria esta dividia.
Segundo informações do portal Metrópoles, lideranças dos transportadores dizem que vinham dialogando com o governo para frear novos aumentos nos custos e que se sentiram traídos pelo anúncio de reajuste de 4,4% no diesel nas refinarias, que equivale em média a um acréscimo de R$ 0,09 por litro nas refinarias – nas bombas, a alta pode ser maior.
O reajuste no diesel num momento em que os caminhoneiros acreditavam ter um compromisso do governo é uma “ferramenta para agitar a greve”, segundo Marlon Maues, assessor executivo da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA). A entidade vem desencorajando a greve e insistindo no diálogo com o Ministério da Infraestrutura, mas Maues conta que a insatisfação dos profissionais está muito alta.
“Já recebemos a sinalização de que o governo está tentando anular o impacto na bomba reduzindo PIS e Cofins, que são impostos federais, mas não é suficiente, precisa que os estados baixem o ICMS também”, reivindica o assessor executivo da CNTA. “Então, a gente prefere mobilizar os interessados nesse ato de segunda-feira para a redução no ICMS.”
Os caminhoneiros também protestam contra o reajuste na tabela do frete anunciada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) no último dia 19 de janeiro, com aumento médio que varia de 2,34% a 2,51%, considerado insuficiente pela categoria para cobrir os custos. Sobretudo com nova alta no diesel.
Jair Bolsonaro faz apelo aos caminhoneiros
Após reunião no Ministério da Economia nesta quarta-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu aos caminhoneiros que não parem. A informação também é do portal Metropoles.
Perguntado se a agenda com ministro Paulo Guedes tratou da redução do PIS/Cofins sobre o diesel, uma das demandas da categoria, Bolsonaro disse ter tratado do assunto, e afirmou que está estudando medidas para diminuir o impacto da alta no combustível, mas afirmou que não tem como dar uma resposta imediata
“Estamos buscando alternativas, mas não são fáceis. Agora, reconhecemos o valor dos caminhoneiros para a economia do Brasil. Apelamos para eles que não façam greve. Todos nós vamos perder, todos sem exceção”, afirmou.
O chefe do Executivo federal afirmou que não tem data para tomar uma decisão e afirmou que faz um apelo aos caminhoneiros porque uma eventual paralisação causaria um “transtorno” na economia. “Eu não interfiro na Petrobras, [para] deixar bem claro. A Petrobras continua com a sua política de preços. Atualmente 33 centavos do litro do diesel vão para PIS/Cofins, é isso que nós buscamos diminuir”, pontuou.
“Para cada centavo no preço do diesel, que porventura queremos diminuir no caso do PIS/Cofins, equivale a buscarmos em algum outro local R$ 800 milhões. Então, não é uma conta fácil de ser feita.”
Segundo Bolsonaro, o preço na refinaria está “razoável”, mas até chegar na bomba de combustível tem ICMS, “que é o imposto que é o mais caro que tem de combustível no Brasil”, além da margem de lucro e de monopólios, segundo o presidente.
Metrópoles