Buscas ao corpo de menino morto em Imbé chegam a 13 dias e já incluem outras praias do Litoral Norte

Buscas ao corpo de menino morto em Imbé chegam a 13 dias e já incluem outras praias do Litoral Norte

Nesta terça-feira (10), bombeiros e voluntários participaram do Litoral Norte gaúcho o décimo-segundo dia consecutivo de buscas ao corpo de Miguel dos Santos Rodrigues, 7 anos. O menino foi supostamente morto no mês passado em Imbé pela mãe e pela companheira dela, depois jogado no rio Tramandaí e levado pela maré em direção ao oceano.

Não há prazo para encerramento da operação, que passou a ter como foco a faixa próxima à praia, devido à possibilidade de que correntes marítimas façam com que o cadáver seja arrastado em direção à orla, em uma espécie de caminho inverso ao ocorrido após o crime.

Pescadores têm auxiliado na procura e drones reforçam como a localização do corpo ou vestígios como roupas, não só em Imbé e Tramandaí, como também em Cidreira, Pinhal, Capão da Canoa e Torres. A Marinha também se engajou aos trabalhos, por meio de alertas aos navegantes para que redobrem a atenção.

Na semana passada, foram realizados buscas também por terra, em locais que pudessem ser utilizados para ”desova” de corpos, tais como bueiros e terrenos baldios. O trabalho contou com o reforço de cães farejadores, mas não deu em nada.

Investigação

A Polícia Civil já indiciou a mãe pela morte da criança. Ela e sua companheira estão presas e devem responder por homicídio duplamente qualificado, tortura e ocultação de cadáver. Os crimes têm agravantes o fato de a vítima ser menor de idade e o uso do meio cruel, dentre outros aspectos.

Há indícios de que o garoto sofria abuso psicológico em casa. Segundo a versão formulada pela mãe, de 27 anos, Miguel foi agredido e dopado com medicamentos, depois lançado dentro de uma mala no rio.

A defesa dela diz que a mulher alega inocência e que foi pressionada pela Polícia a assumir algo que não cometeu. Já madrasta do guri admite que sabia do assassinato mas nega envolvimento. Ela alega que, assim como o garoto, sofria abuso psicológico por parte da mãe dele.

Um primeiro inquérito já foi encaminhado à 1ª Vara Criminal da Comarca de Justiça de Tramandaí, e deve ter uma segunda parte remetida ainda nesta semana.

Agora o Ministério Público vai analisar o conteúdo apurado e decidir se denuncia ou não uma dupla. Ainda faltam alguns depoimentos e análises de imagens de câmeras de segurança da região, bem como dos telefones das suspeitas.

Relato

Segundo a investigação, no final do mês passado a mãe de Miguel espancou e deu remédios para matar o menino. Depois de um critério colocado colocado o corpo da criança em uma mala para transportá-lo até o ponto onde foi lançado no rio.

No dia 29, ela foi a uma Delegacia para registrar o suposto desaparecimento do filho, mas entrou em contradição e acabou confessando o crime, mas depois voltou atrás e disse ter sido pressionado pelos pesquisadores.

“Com medo de ser vista pela polícia ou testemunhas, ela saiu de casa por ruas de dentro em Imbé, evitando como avenidas principais, para levar o cadáver até o rio”, relatado o delegado Antonio Carlos Ractz.

Trocas de mensagens entre as suspeitas, definidas pela polícia, revelaram diálogos sobre a compra de uma corrente para amarrar o menino, evitando que ele fugisse. Em um vídeo, a companheira, de 23 anos, aparece “batendo-boca” com a criança amarrada dentro de um roupeiro.

(Marcello Campos | O Sul)

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