O presidente Jair Bolsonaro sugeriu nesta terça-feira, 1º, que aqueles que estão insatisfeitos com o valor do auxílio emergencial procurem instituições financeiras e contraiam empréstimos.
Embora reconheça que o benefício pode não ser suficiente para suprir necessidades básicas da população, ele argumenta que é o que o governo pode pagar. O presidente, inclusive, contradiz um estudo publicado em abril pelo Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo, que aponta que mesmo com a renda emergencial, 5,4 milhões de brasileiros passaram a viver abaixo da linha da pobreza durante a pandemia.
“Só dois países da América Latina diminuíram a pobreza, nós e o Panamá. Você não vai ver isso em lugar nenhum na imprensa aí.
Qual país fez um projeto igual ao nosso no momento de crise que fosse um auxílio emergencial? Nós gastamos em 2020 com o auxílio emergencial o equivalente a 10 anos de Bolsa Família e tem gente criticando ainda e falando que quer mais. Como é endividamento para o governo, quem quer mais é só ir no banco e fazer empréstimo”, afirmou Bolsonaro, que alega não ter qualquer responsabilidade em relação à situação econômica do país.
Apesar de reconhecer que o lockdown pode retardar o avanço da Covid-19, o presidente critica as medidas de restrição impostas por prefeitos e governadores. “Quem fez isso aí foi de forma irresponsável, porque não existe qualquer comprovação científica que o lockdown evita você se contaminar.
Pode atrasar, contaminar mais tarde, pode até acontecer, mas vai ficar fazendo lockdown até quando”, disse. Bolsonaro voltou a afirmar que, caso tome qualquer atitude contra as medidas de restrição, mesmo que essa medida seja inconstitucional, contará com o apoio de todo o seu ministério.
“Nós não tomaremos nenhuma medida que ultrapasse as quatro linhas da Constituição. Mas pode ter certeza, se por ventura tomarmos, todos os 22 ministros estarão perfeitamente alinhados conosco, que acima do Poder Legislativo, do Poder Executivo e do Poder Judiciário está o poder o nosso povo”, disse.
O presidente também reconheceu que o Brasil vive o que definiu como “problema de inflação”. A saída, segundo Bolsonaro, é investir no livre mercado e aumentar a produção, e não seguir o exemplo da Argentina, que, como disse o presidente, “proibiu a exportação de carne para baixar o preço e o povo se alimentar com carne mais barata”.
(Jovem Pan)