O presidente Jair Bolsonaro chamou nesta sexta-feira (13) de “conversinha” a possibilidade de haver uma segunda onda de transmissão de coronavírus no Brasil. Ele disse que se houver uma nova onda, é preciso “enfrentar”, caso contrário o País se tornaria uma nação de “miseráveis”.
“Vocês vejam o que era antes, como eram os ministérios, como tudo era aparelhado no Brasil, e como estão funcionando apesar dessa pandemia aí, que nos fez gastar mais de R$ 700 bilhões”, comentou. “E agora tem a conversinha de segunda onda. Tem que enfrentar se tiver (segunda onda). Se quebrar de vez a economia seremos um País de miseráveis. Só isso”, disse Bolsonaro.
Na terça-feira, em um evento no Palácio do Planalto, Bolsonaro disse que “tudo agora é pandemia” e que “tem que acabar esse negócio”. Na mesma ocasião, afirmou que o Brasil precisa deixar de ser um “país de maricas”.
Vacina e morte
Na terça-feira (10), após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) interromper testes da vacina Coronavac devido a um “evento adverso”, o presidente afirmou, nas redes sociais, ter “ganho mais uma”, já que seu desafeto político, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), está à frente da busca da vacina para seu Estado. Ele ainda afirmou, sem provas, que a Coronavac causaria morte e invalidez. Depois foi divulgado que o evento em questão nada tinha a ver com a vacina, e que havia sido um caso de suicídio.
Na quinta-feira (11) a agência autorizou a retomada do estudo clínico da vacina, uma das que estão em fase de testes no País, conduzidos pelo Instituto Butantan. A agência explicou ter recebido do Butantan novas informações sobre o EAG – “evento adverso grave” – que levou a Anvisa a suspender os estudos na última segunda-feira (9).
“Após avaliar os novos dados apresentados pelo patrocinador depois da suspensão do estudo, a Anvisa entende que tem subsídios suficientes para permitir a retomada da vacinação e segue acompanhando a investigação do desfecho do caso para que seja definida a possível relação de causalidade entre o EAG inesperado e a vacina”, informou a agência por meio de nota.
No comunicado, a Anvisa voltou a defender a medida adotada na segunda-feira, que levou em consideração os dados que eram de conhecimento da agência até aquela data e que foram encaminhados ao órgão pelo Instituto Butantan.
Segundo a agência, a decisão se baseou em procedimentos previstos nos protocolos de Boas Práticas Clínicas para este tipo de pesquisa e teve como premissa o “princípio da precaução”, quando conhecimento científico não é capaz de afastar a possibilidade de dano.
Ao justificar a suspensão dos testes, a Anvisa disse que faltavam informações detalhadas sobre a gravidade e as causas do evento, assim como o parecer com o posicionamento do Comitê Independente de Monitoramento de Segurança (Data and Safety Monitoring Board, na sigla em inglês) e o boletim de ocorrência relacionado à provável motivação do EAG e que recebeu na terça (10) os dados do Butantan.
O Sul