No início da tarde desta segunda-feira (26), a Prefeitura de Porto Alegre emitiu nota em que afirma que os estoques para aplicação da segunda dose da vacina contra a covid-19 estão reduzidos. Segundo a Diretoria de Vigilância em Saúde, a previsão é que o estoque atual se esgote no máximo até a próxima quarta-feira (28).
A Prefeitura de Canoas informou que já não tinha mais doses hoje para aplicar a segunda dose nas unidades básicas de saúde (UBSs) para quem recebeu a CoronaVac há 28 dias — intervalo recomendado entre doses — e que quem não conseguiu se vacinar deveria aguardar a chegada de uma nova remessa do imunizante. O mesmo problema já foi reportado por diversos outros municípios gaúchos.
Isso ocorre porque, em 21 de março, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, garantiu que o fluxo de remessas de imunizantes seria o suficiente para manter a vacinação em andamento e orientou os municípios que não seria necessário reservar doses para a segunda aplicação. No entanto, segundo a Prefeitura de Porto Alegre, as remessas não estariam sendo suficientes e os últimos lotes acabaram vindo com um número menor de vacinas do que o esperado. A mesma posição foi repetida pela Prefeitura de Canoas.
Durante a tarde, a Prefeitura de Porto Alegre emitiu nova nota em que afirma que “não há motivo para preocupação diante do possível esgotamento” das doses. “A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) reitera que não há risco de perda de efeito da primeira dose caso a segunda dose seja tomada além do prazo definido no cartão de vacinação. E orienta a população para que aguarde com tranquilidade, pois a imunização vai continuar e contemplar todos que necessitam”, diz a nota.
A Prefeitura acrescenta ainda que profissionais de saúde, de áreas de apoio, estudantes e estagiários do segmento, devem aguardar a reposição dos estoques nas farmácias, que são os únicos locais aptos a fazer a vacinação destes segmentos.
Ministro reconhece atraso
Durante participação em audiência pública da Comissão Temporária da Covid-19 no Senado, realizada na manhã desta segunda, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga reconheceu o atraso na entrega de novas remessas da vacina. Ele salientou que um dos fatores é a demora na chegada do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), que vem da China, o que comprometeu a produção dos imunizantes pelo Instituto Butantan e pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz).
“Em face do retardo dos insumos vindos da China para o Butantan, há uma dificuldade com essa segunda dose”, disse.
Além disso, destacou que havia uma estimativa da chegada de 20 milhões de doses da vacina Covaxin, produzida pela farmacêutica indiana Bharat Biotech, mas a importação em caráter excepcional foi negada em março pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A direção da agência considerou que a solicitação não cumpriu os requisitos legais de demonstração da segurança, eficácia e qualidade necessárias para permitir a aquisição e distribuição do imunizante.
Queiroga informou que as novas doses da vacina CoronaVac só serão entregues em 10 dias. Ele ainda disse que, nos próximos dias, o ministério irá publicar uma nota técnica com novas orientações para a aplicação da segunda dose de vacinas contra a covid-19.
O governo do Estado informa que, no momento, não há previsão de chegada de novas remessas da CoronaVac.
Fonte Do Sul 21