Área ambiental vira depósito de facção em Novo Hamburgo

Área ambiental vira depósito de facção em Novo Hamburgo

Durante seis horas de incursão em mata fechada no bairro Vila Diehl, em Novo Hamburgo, quase no limite com Dois Irmãos, entre a manhã e tarde desta segunda-feira (27), 30 policiais civis e militares descobriram uma espécie de depósito subterrâneo da facção que manda no tráfico no Vale do Sinos.

Eram 184 quilos de droga, uma pistola e 149 munições, entre elas de fuzil, enterrados em seis toneis de plástico espalhados pela área de preservação ambiental. Havia ainda cinco toneis vazios, o que indica recente retirada para pontos de venda.

A operação, da 1ª DP de Novo Hamburgo com apoio da Brigada Militar, começou às 7 horas por meio de mandado de busca e apreensão em uma casa no fim da Rua Arthur Momberger. Um casal dormia no imóvel de alvenaria alugado, onde nada de ilegal foi encontrado. Apenas um pé de maconha com folhas já secas no meio de uma horta de legumes. O morador, de 28 anos, foi autuado por posse de entorpecentes

Varredura

Como as investigações apontavam para droga enterrada e não uma plantinha de maconha, a equipe iniciou varredura nas imediações. Com dois cães farejadores da Brigada, o primeiro tonel com droga foi encontrado a 50 metros da casa. Os policiais se dividiram em buscas a oito quilômetros de distância, a pé, incluindo o barranco com densa mata e pedras na direção de Dois Irmãos. E foram desenterrando tonéis até por volta das 13 horas.

Também tinha maconha especial

Nos tonéis, havia 166 quilos de maconha e 18 quilos de skunk, considerada maconha especial ou supermaconha. A apreensão de quatro quilos de cafeína, usados no preparo de cocaína, indicam que o ambiente servia para camuflar vários tipos de droga.

Os tonéis escondiam ainda uma pistola 9 milímetros, três carregadores e 130 munições do mesmo calibre. Também três carregadores e 19 munições de fuzil calibre 762. As quatro balanças de precisão no meio de tudo dão uma ideia da intensa movimentação de droga. Em razão da extensa área, não está descartado que haja mais material da quadrilha enterrado.

Formigueiro do tráfico

A operação foi cansativa. Não só pela extensão, mas, principalmente, pelos barrancos formados por pedras e mata fechada. A parte mais alta chega a 180 metros. Se foi trabalhoso para os policiais encontrar e depois descer com o material, não é menos para os criminosos. A área pode ser considerada um “formigueiro do tráfico”.

Segundo o delegado da 1ª DP, Tarcísio Kaltbach, a suspeita é que a droga chega em carregamentos e é guardada em tonéis. Ali não é ponto de venda direta ao usuário. Quando os donos das chamadas “bocas de fumo” vão buscar, é necessário fazer o mesmo trajeto para a retirada dos tijolos, processo que pode envolver quantidade expressiva de soldados do tráfico. Conforme Tarcísio, as investigações continuam.

Fonte JORNAL NH

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