Andressa Urach fez um desabafo em rede social falando sobre a menina de 10 anos que engravidou após ter sido estuprada em São Mateus, no norte do Espírito Santo.
A ex-miss bumbum revelou que também foi estuprada dos 6 aos 8 anos. Ela criticou religiosos que foram até a porta do hospital para tentar impedir que o aborto fosse feito. O suspeito do crime é tio da criança, de 33 anos, que foi preso na madrugada desta terça-feira (18).
Na publicação, Andressa postou uma foto grávida e escreveu a seguinte legenda:
“O Brasil registra 6 abortos por dia em meninas entre 10 e 14 anos estupradas, segundo informações coletadas no SUS. Eu poderia estar nesses índices. Nas fotos, aos meus 17 anos, eu estava feliz curtindo a minha gravidez. Poderia ter sido muito diferente se eu tivesse um organismo mais precoce. Dos 6 aos 8 anos fui abusada sexualmente, só não engravidei porque ainda não tinha meu sistema reprodutor formado. Eu ainda era uma menina quando engravidei do Arthur, mas o grande diferencial é que eu queria muito aquele filho e a concepção dele foi planejada. Toda mulher tem o direito de decidir o que quer para o seu futuro e para o seu corpo.”
Andressa, que atualmente é cristã, desabafou que os extremistas que foram para a frente do hospital onde foi feito o aborto da menina não a representa no cristianismo.
“Me preocupa muito o fato dos extremistas terem se posicionado contrários ao aborto da garotinha do Espírito Santo. Não os chamo de religiosos, como o restante da mídia vem fazendo, porque isso nada tem a ver com religião e esse tipo de cristianismo que professam não me representa. Não digo isso pra defender ou atacar a legalização do aborto, mas a pauta que levanto aqui é sobre o cuidado que o Estado deveria ter com essa menina. Ela, assim como eu, não devia sequer ter noção do abuso a que era submetida. Esses números realmente assustam. Mas, o que mais me deixa indignada é ver a reação descabida de um grupo de pessoas que não é capaz de sentir a dor que essa menina vai carregar pelos próximos anos. A empatia é coisa rara nessa sociedade líquida em que vivemos.”
Para concluir, ela falou sobre a empatia.
“Não vou me estender mais. Só precisava falar que eu também fui uma vítima, e tal qual essa menina, não merecia viver tamanha atrocidade. Tenhamos o mínimo de compaixão. Oremos. Amanhã vou falar sobre o perdão que foi tão necessário para que eu pudesse seguir em frente.”
(Folha Vitória)