Um mês após Alexandra Dougokenski admitir a morte do filho, Rafael Mateus Winques, de 11 anos, a RBS TV teve acesso ao depoimento em que ela confessa o crime.
No vídeo, obtido com uma fonte, a mãe explica por que comunicou o desaparecimento à polícia e o que a fez, cerca de 10 dias depois, assumir tê-lo matado, em Planalto, no Norte do estado.
“Eu sei que o [filho mais velho, que tem 17 anos] ia achar falta do irmão, e eu não sabia como contar”, disse a mãe, enfatizando que resolveu contar a verdade por conta do sofrimento dele.
Em um depoimento informal à Polícia Civil, Alexandra conta o que aconteceu com o Rafael na noite de 14 de maio.
“Eu dei remédio pra ele dormir. Diazepam. Dois [comprimidos]”, diz, em resposta ao interrogatório dos policiais.
Ela afirma que fez isso para o filho dormir, mas notou, depois, que ele não estava bem.
“Ele tava diferente. Tava com a boquinha roxa e as mãozinhas geladas”, descreve. “Não lembro da hora certa, era de madrugada.”
Os policiais perguntaram como ela retirou o corpo do quarto. “Eu não conseguia tirar ele assim, aí eu amarrei ele pra ver se conseguia melhor”, revela, explicando que usou uma “cordinha” para a ação.
Alexandra confessou que escondeu o corpo do filho em uma caixa de papelão que estava na garagem do vizinho, a cinco metros da residência dela.
“Eu coloquei ele deitadinho lá. Não sei se pus no fundo. Sei que tirei algumas coisas e coloquei deitadinho”, relata.
Os policiais perguntaram se ela teve ajuda de alguém, e ela nega. “Sozinha”, diz Alexandra.
Depois desse depoimento, no dia 25 de maio, ela levou os policiais até o local onde tinha escondido o corpo do filho. Ela foi presa temporariamente e teve, nesta semana, a detenção prorrogada por mais 30 dias no Presídio Feminino de Guaíba.
Novo depoimento marcado para sábado
Alexandra vai prestar novo depoimento, em Porto Alegre, neste sábado (27) à tarde. Os advogados mantêm a tese de que Rafael morreu horas depois de ela dar o remédio a ele.
“Quando viu que o menino tinha falecido ali, não soube o que fazer, e tentava poupar que o irmão visse aquela situação. E explica, assim, por que escondeu o corpo e ludibriou a autoridade policial esses dias todos”, justifica Gustavo Nagelstein, sustentado a ideia de homicídio culposo, quando não há a intenção de matar.
“Se ela tivesse dolo, não iria buscar uma corda de varal para estrangular o Rafael. Ela teria feito isso com as mãos”, pontua Jean Severo.
A polícia sustenta que não foi homicídio culposo, e sim doloso, com intenção, e que ela matou o filho com a corda.
“A mãe planejou o crime. Ela premeditou o crime . Não foi algo de ímpeto. Algo de momento. De fúria. Houve todo um planejamento que levou a morte do Rafael”, afirma o delegado do caso, Joerberth Pinto Nunes.
Fonte Acontece no RS