A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que decrete a prisão em flagrante do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres, em razão de suposta “omissão” na invasão de bolsonaristas à Corte, ao Congresso Nacional e ao Palácio do Planalto neste domingo.
Torres é ex-ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e um dos seus principais aliados.
A AGU também requereu a prisão de “todos os envolvidos em atos criminosos decorrentes da invasão de prédios públicos federais em território nacional”.
Até a publicação desta matéria, ao menos 300 pessoas tinham sido presas, conforme informou o governo do DF.
Torres havia sido nomeado para o cargo pelo governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), no dia 2.
Ontem, após as invasões e depredações dos prédios públicos, o secretário – que está em Orlando, nos Estados Unidos, mesma cidade onde Bolsonaro passa uma temporada desde o final de 2022 – foi exonerado por Ibaneis, também um aliado do ex-presidente.
Antes da demissão, em uma postagem no Twitter, Torres classificou as ações dos extremistas em Brasília como “cenas lamentáveis”.
Ao Supremo, a AGU apontou que os atos de vandalismo registrados em Brasília “importam prejuízo manifesto ao erário e ao patrimônio público” e causam “embaraço e perturbação da ordem pública e do livre exercício dos Poderes da República, com a manifesta passividade e indício de colaboração ilegal de agentes públicos”.
Omissão
Destacada para conter a desordem promovida por bolsonaristas em Brasília, a Polícia Militar do DF deixou que os extremistas se locomovessem em restrição, mesmo depois de já terem iniciado as invasões e o quebra-quebra.
Parte dos policiais abandonou as barreiras e foi comprar água de coco em frente à Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, como flagrou a reportagem do Estadão.
Fonte Estadão