Tenho alguns poucos milhares de seguidores nas redes sociais e sempre me preocupo com o meu comportamento, minha postura, com o que falo… Mal ou bem, influencio pessoas.
Tenho cuidado com o que defendo por trás da tela do computador ou do celular. E reflito sobre a responsabilidade das pessoas públicas, que têm milhões de seguidores, e eles passam horas do seu dia consumindo conteúdo do seu artista preferido. Sim, é uma responsabilidade.
Além de usar a popularidade para angariar trabalhos e, consequentemente, dinheiro, as pessoas famosas apoiam e movimentam diversas campanhas: contra o machismo, a homofobia, o racismo. Quando querem, eles unem uma população inteira em prol de um caso.
Isso não aconteceu, no entanto, nesta semana quando o ex-diretor de TV Rodrigo Branco distribuiu injúrias raciais numa live no Instagram na segunda-feira contra a participante do “BBB 20” Thelma Assis e a jornalista Maju Coutinho.
Com exceção de Preta Gil, que é amiga do empresário há 20 anos, e Alinne Moraes, nenhum outro artista se posicionou contra o racismo de Rodrigo Branco logo de cara. Larissa Manoela e Padre Fábio de Melo só falaram algo dias depois e após cobranças por posicionamento.
O silêncio foi tão constrangedor (até o fechamento desta edição, na quinta-feira) que as pessoas passaram a pedir nas redes sociais o mesmo empenho e reação imediata de quando Maju foi atacada por um desconhecido na internet.
Muitos perguntaram pela hashtag #SomosTodosMajuCoutinho, que chegou aos
trending topics do Twitter em 2015 imediatamente depois das injúrias sofridas. Algo pode estar por trás da omissão dos famosos: Rodrigo é uma espécie de guia das celebridades em Orlando.
Em troca de um enxoval, de carro ou casa alugada e até de chip de telefone, os artistas fazem seus jabás e pagam menos — ou quase nada pelos mimos. Mimos, aliás, pelos quais todos eles poderiam pagar. Não há aqui desejo de massacre virtual, mas é preciso que se mostre que uma orelha do Mickey vale menos do que o apoio às vítimas de um crime. Racismo é crime.
Começo de Maju foi trabalhando nas ruas
Diferentemente do que Rodrigo Branco falou, Maria Júlia Coutinho fez bastante reportagem nas ruas antes de apresentar o “Jornal hoje” e não está na bancada “por causa da sua cor”.
A jornalista entrou na Globo em 2007 e só saiu das ruas seis anos depois para apresentar as previsões climáticas do “Jornal hoje” e do “Jornal Nacional”.
Em 2015, passou a fazer parte do rodízio de apresentadores do “SPTV”. No ano passado, foi anunciada como apresentadora eventual do “Fantástico” até ganhar o lugar que ocupa
Fonte UOL