Em Dom Pedrito(RS), uma mulher de 44 anos procurou a Polícia, ela foi mantida em cárcere privado e torturada, durante horas, pelo companheiro, de 51. A tortura começou no sábado e só terminou ontem à noite, depois Liliane Bicca conseguiu escapar e pedir socorro a vizinhos, em um momento em que o agressor dormiu. Gorgel Amaral Melo, o acusado, arrancou parte do couro cabeludo e parte dos dentes da vítima, ela ainda foi queimada com água quente.
Segundo familiares, a mulher já havia tentado terminar o relacionamento pois já tinham ocorrido outras agressões. Gorgel, porém, vinha ameaçando a vítima e os filhos. No sábado, Gorgel obrigou ela a se deslocar até uma residência afastada da cidade, próximo à BR-293. Foi nesse local que aconteceu as agressões.
Gorgel ficou por mais de dez horas trancado num quarto com Liliane torturando ela. Ela teve parte do couro cabeludo arrancado com uma faca e, pelo menos, dois dentes extraídos pelo agressor, além de ter sido colocada embaixo do chuveiro, com água extremamente quente. Ela sofreu agressões a socos, pontapés e chutes, que a deixaram com diversas lesões pelo corpo. Já Bêbado, Gorgel dormiu, foi quando Liliane conseguiu escapar e pedir socorro.
Responsável pelo caso o delegado André de Matos Mendes, relata que Gorgel já havia agredido a filha da vítima e Liliane tinha medo do agressor. O caso não chegou a ser registrado como tentativa de homicídio, mas como tortura. Segundo o delegado, após conversar com a Liliane e ir até o local onde a tortura ocorreu, ficou claro que Gorgel não tinha interesse de matar, mas sim de machucar e intimidar a companheira.
A Polícia Civil espera que a decisão de prisão preventiva do agressor seja emitida na tarde de hoje. O delegado explica que ele não está foragido, mas escondido em uma residência da cidade. Até o momento, ele não prestou depoimento à Polícia.
O delegado, falou sobre o isolamento social, por conta da pandemia de Covid-19 que vem fazendo com que casos como esse ocorram com mais frequência. Para ele, é possível que muitas mulheres ainda não tenham conseguido denunciar, por estarem 24h ao lado do companheiro, como no caso de Liliane. “Ela não estava conseguindo denunciar, tinha medo, e só conseguimos chegar até esse caso porque ela fugiu. Quantos outros podemos não ter acesso porque os maridos não permitem? A quarentena vem causando preocupações e o fato de as pessoas estarem em casa, sem trabalhar e sem se ocuparem, vem permitindo isso”.
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Foto: Reprodução/ Arquivo Pessoal
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