Cerca de 40 mulheres relataram em redes sociais terem sido vítimas de violência sexual por Bruno Krupp, após a divulgação de que ele havia sido acusado por uma jovem de 21 anos de tê-la estuprado.
Bruno virou notícia após ter atropelado e matado o adolescente João Gabriel Cardim Guimarães, de 16, no último sábado (30), na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. O modelo, que não tem habilitação, estava em alta velocidade, em uma moto sem placa. Ele está preso preventivamente num hospital particular no Méier, Zona Norte do Rio.
Uma modelo de 28 anos procurou a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá, nesta quarta-feira (3), para se apresentar como testemunha do estupro que aconteceu em julho e ainda esteve na 6ª DP (Cidade Nova) para registrar ter sido vítima desse mesmo crime, em setembro de 2016, em Niterói, na Região Metropolitana do estado.
“Passei todos estes anos me sentindo culpada e envergonhada por tudo que aconteceu. Hoje, diante do atropelamento que matou um jovem inocente, me senti na obrigação de expor o crime do qual fui vítima justamente para encorajar outras mulheres a denunciarem, frear esses comportamentos por parte dele e evitar que outras pessoas também passem por situações semelhantes”, afirmou a modelo ao jornal Extra.
Relato desencadeou outras denúncias
Após a denúncia da modelo, outras jovens publicaram em redes sociais histórias semelhantes de experiências de violência sexual envolvendo Bruno Krupp:
“Em vários momentos da noite, ele me forçou a transar com ele, mesmo falando que estava me sentindo muito constrangida pelo fato do amigo dele estar dormindo na cama de cima. No dia seguinte, fui embora me sentindo um lixo, contei para algumas amigas, mas me calei”, escreveu uma delas.
“Ele me forçou a beijar e a transar com ele, além de ter me passado DST (doença sexualmente transmissível) quando isso aconteceu. Foi horrível demais, ele é uma pessoa terrível e que merece estar atrás das grades”, relatou outra jovem.
“Infelizmente passei pela mesma situação, só que dez anos atrás, em 2012. Uma jovem de 14 anos que nem soube como reagir a esse fato, como eu queria ter tido forças pra denunciar na época”, contou outra.
Em um storie publicado na noite desta quarta-feira, a modelo disse que quase 40 mulheres a procuraram para relatar outras situações agressivas com Krupp.
O que dizem os advogados
O advogado da modelo, João Alberto de Almeida Lima, afirmou: “A quantidade de relatos mostrados pela vítima com similitude fática demonstram que não se trata de caso isolado e pode vir a encorajar mais mulheres a denunciarem os abusos que já sofreram.
O número de registros de crimes sexuais é muito aquém da realidade por diversos motivos, dentre eles: vergonha, sentimento de culpa, medo que não acreditem nelas, mau atendimento inclusive em delegacias especializadas com policiais despreparados para desempenharem sua função, represálias e marginalização em seu meio social.”
Já o advogado Willian Pena, que representa Bruno Krupp, negou os crimes e afirmou que, se ocorreram relações sexuais entre seu cliente e essas mulheres, elas se deram de maneira consensual.
(Revista Fórum)