19 cidades já foram afetadas com o mau tempo; Governo Federal deve liberar cerca de R$ 7,7 milhões para a capital mineira
Um novo temporal atingiu Belo Horizonte e a região metropolitana na noite terça-feira (28) e deixou marcas de destruição, como ruas com asfalto arrancado, lojas e carros destruídos e desabamentos. Segundo o prefeito, Alexandre Kalil (PSD), serão necessários de R$ 300 milhões a R$ 400 milhões para reconstruir a capital. Em Minas, o número de mortos pelas chuvas desde a semana passada subiu para 55, em 19 municípios. Os transtornos causados pelo mau tempo também fizeram o Judiciário estadual paralisar as atividades ontem.
Durante a tempestade, José Benício Leão, de 45 anos, morreu soterrado em casa em Nova Lima, Grande BH, quando tentava salvar a família da inundação. Em três horas, choveu na capital metade do esperado para o mês inteiro e o índice pluviométrico bateu recorde. A força das águas arrancou o asfalto e destruiu carros e lojas na região da Praça Marília de Dirceu, área nobre no centro-sul da cidade, e abriu uma cratera na Avenida Tereza Cristina, por onde passa o Ribeirão Arrudas, o principal da cidade.
“O que aconteceu aqui em BH, nenhuma cidade do mundo aguentaria. Paris, Nova York ou Boston”, disse Kalil, que chorou duas vezes na entrevista coletiva e pediu calma à população sobre as obras de reconstrução, que devem ser feitas no período seco. Segundo ele, foi dobrado o número de funcionários e máquinas voltados para limpar as ruas. Kalil disse que é preciso “desobstruir vias e colocar a cidade para andar”. Comerciantes com prejuízos poderão solicitar perdão de Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU). Conforme os lojistas, não há levantamento dos danos, cálculo que deve ser feito até o fim da semana.
O empresário Marcelo Leão, dono do restaurante L’Entrecôte, no bairro de Lourdes, região sul de BH, disse ter perdido tudo no estabelecimento. No meio da lama, contou que trabalhava no local, na noite de anteontem, quando em cerca de 20 minutos, a água subiu e arrebentou a porta. “Atingiu até a cozinha e destruiu tudo.” Ele recorda que clientes tiveram de subir nas mesas e uma moça foi para cima de um freezer para fugir da água. Ao lado do bistrô francês, uma agência bancária também foi destruída. O bairro é o mesmo onde mora o prefeito Alexandre Kalil.
Segundo outro lojista da região, “o sistema de previsão de chuvas falhou”. O engenheiro, que tem loja na rua há 24 anos, lembrou que a previsão era de que a chuva forte caísse em outro local. “E caiu aqui.” A Defesa Civil de Minas tem aconselhado moradores a não deixarem áreas de risco durante as chuvas.
Apesar do estrago, Kalil assegurou a realização do carnaval em BH, hoje uma das folias de rua que mais atraem visitantes no Brasil. “O povo só é obrigado a sofrer? Vamos colocar 5 milhões no carnaval da cidade e com segurança.”
Apoio federal
O governo federal deve liberar cerca de R$ 7,7 milhões para Belo Horizonte. O presidente Jair Bolsonaro deve sobrevoar hoje regiões de Minas Gerais atingidas pelas chuvas, acompanhado dos ministros do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, e da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.
Fonte Jornal NH
Podcast: Play in new window | Download