Mulher que deixava irmã doente sem comida pode responder pela morte dela

Mulher que deixava irmã doente sem comida pode responder pela morte dela

A mulher acusada de torturar a irmã de 33 anos, portadora de doença degenerativa e cadeirante, que veio a óbito na última sexta-feira (30) em Canoas, pode responder por homicídio. A informação é da Polícia Civil.

A mulher que estava internada no Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG) vivia uma situação deplorável na própria casa.
Conforme a investigação feita pela Polícia Civil, a vítima foi encontrada em estado de saúde deplorável. A residência dela estava inabitável. Sem comida e no meio da sujeira, ela chegou a dormir com um rato morto, porque a irmã não limpou o local.

A acusada do crime foi presa na última sexta-feira (30). A principal suspeita é que ela tenha feito isso para se apropriar da pensão que a vítima ganha do governo federal. Além disso, a criminosa também batia com madeiras no sobrinho, que por ser menor de idade, não teve a identificação divulgada.

Os delegados responsáveis pelo caso ficaram consternados com a situação. “Jamais havia investigado situação com crueldade semelhante, jamais havia se deparado com tamanha violação ao princípio da dignidade humana”, afirma o delegado Rafael Pereira, titular da 1ª Delegacia de Polícia.

Já o delegado Pablo Queiroz Rocha, titular da Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA) ressalta que “o grau de desumanidade foi algo que revoltou e impulsionou o trabalho dos policiais.” Por fim, o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ª DPRM), delegado Mario Souza, relata que “foi a cena mais impressionante que já viu na Polícia Civil. Isso foi um crime contra toda a sociedade.”

Assistente social denunciou o caso

A Polícia Civil só ficou sabendo do caso, após a denúncia do assistente social, Júlio Cezar Pugliessi Picolotto. Ele foi acionado pela equipe de enfermagem assim que a jovem chegou ao hospital. Para demonstrar os diversos sinais de negligência, os profissionais fizeram um vídeo, que serviu de subsídio para a investigação policial.

Segundo Picolotto, a paciente apresentava desnutrição, machucados pelo corpo e tinha histórico de doenças como psoríase e lúpus. “Estamos acostumados a receber pacientes em situações críticas, mas nenhum em situação tão grave quanto essa jovem”, afirmou o assistente social. Ao chegar ao hospital, ela sofreu duas paradas cardíacas e precisou ser intubada. A paciente permanece em estado grave, segundo o diretor geral do HNSG, Juliano da Silva.

Para o Secretário de Segurança Pública de Canoas, delegado Emerson Wendt, a situação é desumana e estarrecedora. “Trabalhamos muito para enfrentar todos os tipos de violências no município, sobretudo, a doméstica e familiar através de programas de prevenção.

Então, deparar com um caso assim é sempre desafiador profissional e pessoalmente, visto a gravidade da situação e a forma desumana pela qual essa jovem foi tratada pela própria família.”

Fonte GBC

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