Morador de rua morre em padaria, que continua aberta até corpo ser recolhido

Morador de rua morre em padaria, que continua aberta até corpo ser recolhido

Um morador de rua morreu em uma padaria próxima à praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, na Zona Sul, do Rio, e teve o corpo coberto com um plástico preto por cerca de duas horas até que fosse recolhido.

O fato de o estabelecimento ter permanecido aberto impressionou o jornalista Joaquim Ferreira dos Santos, que manifestou seu espanto numa crônica publicada no Globo neste domingo, 29.

“A morte é o novo banal. A prova é que ela agora estava jogada, também sem escândalo, entre os bolos e os sorvetes na padaria do quarteirão”, criticou.

No texto, o autor relata que a morte súbita do homem ocorreu por volta das 8h da última sexta-feira, 27, quando ele apareceu para mais uma vez pedir um pouco de comida.

“O homem morto no chão da padaria era o mesmo que todo dia entrava para pedir que lhe pagassem um café com pão e manteiga. Era um mendigo, preto. Andava desaparecido, dizem que em tratamento contra a tuberculose”, escreveu.

Além de cobrir o cadáver com um plástico preto, o jornalista contou que a padaria montou um cercadinho de cadeiras para mantê-lo afastado dos clientes. Um deles teria pedido que o ambiente fosse fechado, argumentando ser uma questão “sanitária e humanitária”. O responsável pela loja, contudo, não atendeu a sua demanda.

“Ninguém teve humanidade quando ele estava jogado na rua”, respondeu o comerciante, de acordo com o jornalista. “Agora que morreu jogado na minha padaria querem que eu tenha humanidade”.

Jornal Extra

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