Entenda a reportagem em quatro pontos:
- A greve dos servidores do Imesf deixa 12 postos de saúde fechados e dois com atendimento restrito em Porto Alegre nesta quarta-feira;
- Cerca de 60 mil pessoas estão sem sua unidade de saúde de referência aberta;
- Grevistas protestam contra a extinção do instituto, determinada pelo STF, que considerou inconstitucional a lei que criou o Imesf;
- Caso o Imesf seja extinto, 1,8 mil pessoas serão demitidas.
Leia a reportagem completa:
A retomada da greve dos servidores do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf) afeta o funcionamento de 14 postos de saúde de Porto Alegre nesta quarta-feira (16). Às 10h45min, os grevistas iniciaram uma caminhada até a prefeitura da Capital.
Segundo balanço divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde, 12 unidades estão fechadas e duas têm atendimento restrito na cidade. Conforme a prefeitura, são cerca de 60 mil pessoas sem sua unidade de saúde de referência aberta.
Fechadas:
- US Esperança Cordeiro
- US Jardim Protásio Alves
- US Laranjeiras
- US Milta Rodrigues
- US Passo das Pedras II
- US Safira Nova
- US Santa Maria
- US Timbaúva
- US Vila Jardim
- US Vila Safira
- US Wenceslau Fontoura
- US Divisa
Com atendimento restrito:
- US Alto Embratel
- US Herdeiros
No começo da manhã, a unidade Alto Embratel, no bairro Cascata, exibia um cartaz colado nas grades anunciando “Greve Geral em 16, 17 e 18 de outubro”. O aviso ponderava que haverá atendimentos de urgência e risco de vida ou a gestantes, mas que demais consultas devem ser buscadas nos serviços de emergência em outras instituições.
Também na Zona Sul, a Estratégia de Saúde da Família (ESF) Osmar Freitas, na Vila Orfanotrófio, expõe placas de protesto justificando o fechamento: “Saúde em luto. Todos os funcionários dessa unidade foram demitidos”.
— Eu consulto e pego remédios. Se fechar, vai ficar muito ruim pra nós. Até dentista tinha. Agora eu vou no (posto de saúde) Modelo e gasto com as passagens — conta Adriana Cunha, 37 anos, moradora do bairro.
Às 7h30min, em frente à ESF Divisa, nobairro Cristal, dois idosos aguardavam a abertura do posto.
— Tomo remédio controlado. Não sei se vai abrir. Vou ficar até as 8h pra ver — explica Pedro Silva dos Santos, 74 anos, com um guarda-chuva em mãos, ansioso olhando para o céu encoberto.
A aposentada Celoi Nogueira Machado, 68 anos, está sem a medicação para o coração.
— A receita venceu em setembro e estou sem nada de remédio. Semana passada eu não consegui porque eles estavam em passeata e o posto, fechado.
A reivindicação dos servidores é contra a extinção do Imesf, determinada pelo Supremo tribunal federal (STF), que considerou inconstitucional a lei que criou o instituto. Caso seja extinto, 1,8 mil pessoas serão demitidas.
— Não queremos causar desassistência, mas os trabalhadores têm o direito de protestar — afirma o presidente eleito do Sindicato de Servidores da Saúde (Sindisaúde-RS), Júlio Jesien.
Fonte:Gaúchazh